domingo, 26 de fevereiro de 2012

Entrevista com a Terapeuta Elizabeth Fortes

A Terapeuta escolhida foi a Elizabeth Costa, formada desde 1979 e atuante na área de Maternidade. A entrevista foi realizada por email, o que não deixou a mesma menos emocionante. Fazendo uma análise sobre a Terapeuta e sua profissão, conseguimos compreender que, apesar de ter ficado 10 anos sem trabalhar com T.O, é uma profissional dedicada e muito apaixonada pelo o que faz.

Dados gerais da entrevistada:

Nome: Elizabeth Costa Fortes.

Idade: 54 anos.

Formação Acadêmica: Escola de Reabilitação da ABBR, com especialização em Terapia Ocupacional e residência no setor de T.O Geral.

Área de atuação atual: Maternidade

Aonde trabalhou/trabalha: Ação Cristã Vicente Moretti, Pestalozzi da Mangueira, Instituto Oscar Clark e atualmente trabalha para o município do Rio de Janeiro, no Hospital Maternidade Carmela Dutra.

Tem outros cursos: Bobath Infantil e alguns cursos de desenvolvimento e de atuação em unidade Neonatal.

Começamos a entrevista com perguntas de caráter básico, porém Elizabeth preferiu responde-las de maneira dissertativa, permitindo-lhe assim maior liberdade nas respostas e na sua maneira de compartilhar a sua história como Terapeuta Ocupacional.

Perguntas realizadas:

Com que tipos de pacientes e traumas trabalha? E como se da esse trabalho?

Quais métodos e recursos terapeuticos sao utilizados? Existe algum de sua preferencia?


Quais as maiores dificuldades presentes no dia a dia de seu trabalho?

Já aconteceu de algum tratamento não atingir o seu objetivo?

Qual a reação dos pacientes frente ao tratamento e à sua atual situaçao?

Que tipo de privações sofrem os pacientes em tratamento?

Como é para você esse processo de recuperação?

Quais benefícios esse trabalho traz para você?

Como se sente podendo ajudar pessoas nessas condiçoes?

Gostaria de trabalhar em outra área ou outra profissão?


E agora, vamos ao texto elaborado pela Terapeuta:


“ No Hospital Maternidade, somos duas Terapeutas Ocupacionais.

Atendemos na unidade neonatal, no alojamento conjunto e no ambulatório de bebê de risco. A unidade neonatal tem 14 leitos de UTI e 40 leitos de UI, onde tem também a Enfermaria Mãe Canguru. Atendemos os bebês que apresentam critérios de risco para o desenvolvimento: prematuros com menos de 34 semanas de idade gestacional, APGAR menor ou igual a 6 no 5º minuto de vida, sindrômicos, neurológicos, hipoglicemia, internações prolongadas, entre outros.Fazemos intervenções diretamante com os bebês e orientamos as mães quanto posturas, estimulações e desenvolvimento.

Quando estes bebês recebem alta são encaminhados para o ambulatório de bebê de risco. Nos hospitais municipais estes ambulatórios se chamam NAIRR (Núcleo de Atenção Interdisciplinar ao Recém nato de Risco). Nosso ambulatório conta com pediatra, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, dentista, nutricionista e auxiliar de enfermagem.
Somos chamadas ao Alojamento Conjunto ( enfermarias onde ficam as mães e seus bebês) para dar parecer quando algum bebê apresenta diminuição de movimentos em membro superior decorrente de algum trauma do parto. Avaliamos para detectar uma possível paralisia obstétrica, orientamos a mãe e marcamos consulta no ambulatório.
No NAIRR atendemos a todos os bebês oriundos da Unidade Neonatal e os do Alojamento Conjunto.
Nosso atendimento consiste de avaliação, orientação, intervenção e encaminhamentos para outras unidades quando necessário. Atendemos mensalmente, mas se constatamos algum atraso no desenvolvimento, por exemplo, passamos a intervir semanal ou quinzenalmente e alternamos com a fisioterapia e encaminhamos para local de reabilitação, já que as maternidades não são locais de tratamentos prolongados, mas sim de intervenções precoces. As crianças com síndromes ou sequelas neurológicas já definidas encaminhamos logo para reabilitação, mas ainda não damos alta.Todas as crianças recebem alta por volta dos 6 anos de idade.
Acho que nossa principal dificuldade é proporcionar atendimento da qualidade que todos merecem por uma série de fatores.
É um problema de saúde pública e não da Terapia Ocupacional, vou tentar explicar o que acho.
Muitas vezes as mulheres peregrinam por várias maternidades até conseguirem ter seus bebês e por isso atendemos crianças de todo o estado do Rio de Janeiro, temos pacientes de Saquarema, Araruama, Valença, além de lugares bem distantes da cidade.
Nós não temos conhecimento dos locais de atendimento. Sabemos de alguns locais por colegas que compartilham as mesmas dificuldades e, além disso, há uma longa fila de espera.
Nosso objetivo principal de tratamento é independência nas AVDs e isto inclui que essas crianças frequentem escolas regulares e estejam bem inseridas na família e na sociedade e esta é outra dificuldade que enfrentamos.
As escolas municipais aceitam crianças a partir de 4 anos, até esta idade existem as creches municipais que também não tem vagas para todas.
As famílias sofrem várias privações, mas normalmente reagem bem aos atendimentos. Há sempre o impacto inicial, a não aceitação, o "cair a ficha", o entendimento e a busca por uma melhor qualidade de vida. Como os bebês são atendidos desde o nascimento conseguimos fazer um bom vínculo com as famílias. Às vezes, as familias tem dificuldade em entender e aceitar determinada situação, mas como vamos mostrando no dia a dia o desenvolvimento ou o atraso elas acabam entendendo e lutando muito por seus filhos. É uma tarefa árdua. Depende do envolvimento familiar e de toda a equipe.
Para mim este processo de recuperação é fascinante. Estamos sempre enfrentando desafios.

Gostaria de finalizar com uma frase de Fernando Pessoa que adoro e acho que resume o nosso trabalho:

"O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis".

E respondendo a ultima pergunta, Elizabeth respondeu: “Fiquei cerca de 10 anos sem trabalhar com Terapia Ocupacional, mas voltei e aqui é meu lugar (risos). “


Nota: Sobre os recursos utilizados, posteriormente Elizabeth respondeu: "Nossos recursos terapêuticos são os posturadores como rolinhos e colchões de aconchego que usamos na unidade neonatal e rede para estimulação. Usamos também brinquedos terapêuticos para estimulação visual na unidade neonatal.


Nosso instrumento de trabalho é basicamente o brinquedo com os bebês no ambulatório. Além da est. visual usamos também para brincar .

Técnicas de organização postural com manuseios baseado no método neuroevolutivo Bobath são usadas em ambos os lugares."

domingo, 18 de dezembro de 2011

Ementa da disciplina:

* EMENTA: Estudo e vivência dos conceitos e fundamentos da terapia ocupacional e da atividade humana como lazer, trabalho e corporeidade.

* OBJETIVOS: Possibilitar aos alunos, através da experimentação de jogos e dinâmicas lúdicas e laborativas através de atividade de lazer, corporais e de trabalho, uma primeira aproximação com o campo de atuação da Terapia Ocupacional e seu instrumento mediador, que é a atividade.

* PROGRAMA:
I. T.O . Cotidiano: Lazer e trabalho1.1. T.O e o cotidiano1.2. T.O e o lazer1.3. T.O e o lazer1.4. T.O e o trabalho1.5.T.O e o trabalho
II. T.O Corpo e corporeidade1.1. Dimensões simbólicas e físicas1.2. A subjetividade e o corpo1.3. O corpo e o trabalho1.4. O corpo e o lazer1.5. O corpo e o territórioIII. Vivências de atividades1.1. Vivência de atividades no campo do lazer1.2. Vivência de atividades no campo do lazer1.3. Vivências no campo do trabalho1.4. Vivências no campo do trabalho1.5. Vivência de atividades lúdicas, corporais, dramáticas e grupais1.6. Vivência de atividades lúdicas, corporais, dramáticas e grupais

* METODOLOGIA: Aulas expositivas e dialógicas, seminários e vivência grupais de atividades com discussão das vivências e de textos.

* AVALIAÇÃO: Elaboração de um portfólio e participação em aula

* BIBLIOGRAFIA BÁSICA:ALMEIDA, Marcus V. M. de. Corpo e Arte em Terapia Ocupacional. Rio de Janeiro: Enelivros, 2004.LE BRETON, D. Adeus ao corpo: antropologia e sociedade. Campinas: Papirus, 2007.LIBERMAN, Flávia. Danças em Terapia Ocupacional. São Paulo: Summus, 1998.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Meu corpo e o mundo.


Essa foi a nossa última aula.
Nos foi pedido para levar sucata , cola , tesoura, papel pardo e não nos foi dito o porque. Quando cheguei na sala , ninguém sabia..
Até que a professora chegou e nos apresentou a proposta: no papel , que deveria medir 2m x 1,20m , deitamos e fomos desenhados .. então , ali , no nosso corpo representado no papel , deveríamos colocar o que nos faz bem , retratar nossos sonhos , o lado bom e o lado ruim do nosso dia a dia .. enfim , deveríamos nos retratar e a nossa comunicação com o mundo.


Toda a turma fez o trabalho individual , porém eu , Vanessa B. e Ana Carolina fizemos em trio.
Não só porque a Ana deformou meu papel , mas também porque o laço que nos une é muito forte , então nada melhor do que retratar a amizade !
Unimos nossas folhas e em um mural de 4m x 2,40m deitamos e nos demos as mãos. Nos desenharam e é hora de partir pra criatividade !
Como o bom humor sempre foi uma coisa muito presente em nós 3 , nosso trabalho saiu um pouco (ok , muito!) diferente dos outros. Demos muitas risadas durante a confecção do trabalho, que no final ficou bem .. er .. bem .. não sei !
Deem uma olhada:




Da esquerda pra direita: Eu , Aninha e Vanessa indo a praia ! haha
Na foto , ele ainda não tá pronto : ainda colamos coisa que gostamos e que gostaríamos que estivessem sempre presente no nosso dia a dia : cerveja , praia e sorvete ! haha


Daniela Osório e a rádio Nikosia.

Neste dia a aula foi uma palestra. Uma aula de profissionalismo.

A terapeuta Daniele Osório nos contou um pouco de suas experiencias no campo da Terapia Ocupacional e de seu intercambio em Barcelona.
Sua história foi bem baseada na Rádio Nikosia, administrada por pacientes da Saúde Mental na Espanha. Achei a proposta da rádio bem interessante , como o próprio logotipo diz : rádio livre , mente livre. Acho que acaba com essa idéia errada que muitas pessoas tem sobre os pacientes da saúde mental. Acredita-se que essas pessoas são muito limitadas , porém essa iniciativa vai contra todo um processo de preconceito que foi desenvolvido durante anos..

Vamos conhecer um pouco mais sobre a rádio Nikosia ?



Daniela enfatizou bastante a organização do grupo da rádio , contando que as tarefas eram organizadas e divididas e que todos participavam.
A rádio conta com um blog também, que é a página inicial do trabalho deles (radionikosia.blogspot.com/).
O melhor de tudo é ver que existem pessoas que se preocupam e que se orgulham de trabalhos como estes, que infelizmente são poucos , mas são de extrema importância.

Entrevista


Bem .. eu não estive presente nessa aula, então vou fazer a publicação de acordo com os comentários que ouvi depois.
A aula consistiu em sair pelo CCS buscando trabalhadores comuns que respondessem a algumas perguntas simples sobre lazer.
A entrevista cria um link com o livro ' Ócio Criativo ' do Domênico de Massi , que retrata o dilema lazer x trabalho, e era atrás de respostas sobre isso que estávamos..
Como eu não apresentei a minha entrevista na aula , vou colocar as respostas que obtive aqui:

Nome: P.S.C
Sexo: Feminino
Idade: 42 anos
Estado Civil: Casada
Ocupação: Dona de casa e artesã

O que é lazer pra você : É tudo que eu faço , que não é relacionado com os afazeres domésticos.
Qual o seu tempo para o lazer durante a semana: de 2 a 3 horas por dia. Um momento que eu tiro pra mim.
Quais são suas atividades de lazer: Quando estou em casa durante a semana, ver filmes na televisão. Nos fins de semana , ir ao cinema , viajar , sair para comer fora, estar com meus amigos ..



Sentidos..


Essa aula não foi dada pela professora Patricia.
Não sei se essa postagem está na ordem cronológica certa, mas vamos lá ..
Essa aula foi dada pelo professor e coordenador Marcus, que além de um amor de pessoa é um profissional invejável ! rs
A aula foi baseada no sentir, no expressar, no desenvolvimento do tato ..
A atividade foi feita em dupla, onde através de materiais como colher de pau e escovas , fazíamos movimentos no corpo do colega como bater devagar com a colher de pau, percorrer com a escova por braços e pernas, principalmente nos ossos mais proeminentes.
De olhos fechados podíamos perceber o som se dissipando por nosso corpo, através de nossos ossos.. uma sensação unica !


Texturas..



Nossa segunda aula foi baseada nas texturas .. no observar, no sentir, no notar.. Com folhas de papel oficio e giz de cera saímos pela faculdade riscando bueiros , folhas de árvores , caixas , quadros de avisos , placas.. tudo que fosse diferente e que nos permitisse notar as diferenças dos materiais. O mais legal foi o ' contorcionismo ' que realizamos para representar as texturas .. era gente subindo em cadeira, deitando no chão.. e as outras pessoas, que de nada sabiam, só observavam os ' malucos beleza ' da t.o ..




O objetivo da atividade era criar um vínculo entre o corpo e o espaço, mas pra mim , foi além. Ter que lidar com os olhares e comentários dos alunos de outros cursos foi bem interessante. Tive que aprender a lidar com a vergonha para que o trabalho tivesse o resultado que eu queria..
Depois de quatro folhas rabiscadas com diversas texturas , criando uma imagem sem nexo aparente , voltamos a sala de aula , aonde tivemos que rasgar pedacinhos das nossas folhas e montar um desenho que te representasse, que mostrasse uma coisa importante sua , um lugar , um momento , uma pessoa.
O meu desenho foram duas mãos: uma minha e uma do Filipe Meireles.
Bem.. acho que é isso !